A meningite é uma doença invasiva grave, que pode apresentar diferentes agentes causadores como vírus, bactérias ou fungos e pode manifestar de forma branda ou de forma mais grave. Esses agentes infecciosos podem atingir as membranas das meninges que envolvem e o sistema nervoso central provocando sintomas leves, acarretar sequelas ou até levar o paciente ao óbitos em um curto período de tempo.
A transmissão das meningites ocorre por contato direto de pessoa para pessoa através das vias respiratórias, por gotículas e secreções das vias aéreas superiores ou transmissão fecal-oral, esta última principalmente na meningite viral. As crianças de um a seis anos são as mais vulneráveis e podem desenvolver a forma grave da doença.
Os sintomas iniciais da meningite geralmente ocorrem como uma tríade de febre, rigidez da nuca e alteração do estado mental. Ainda, pode resultar no aumento da pressão intracraniana, mialgia, irritabilidade e convulsões, além de sinais como lesões discretas no tronco e membros inferiores, petéquias, púrpura e isquemia. Esses sintomas clássicos podem manifestar de forma tardia o que pode levar a dificuldades no diagnóstico precoce.
No ano de 2019 no estado de Minas Gerais, foram confirmados 149 casos de meningites e 19 óbitos em decorrência da doença. Devido à gravidade da doença todos os casos suspeitos de meningite devem ser imediatamente notificados aos serviços de saúde pública, sendo que nesses casos, mesmo que suspeitos, o paciente deverá ser internado para que as medidas de prevenção e controle sejam aplicadas.
Para o diagnóstico da meningite é necessário realizar uma punção lombar para análise do fluido espinhal onde poderão ser visualizados a presença de microrganismos, que podem ser cultivados em laboratório e realizado o antibiograma para avaliar a efetividade dos antibióticos e antifúngicos frente ao agente.
Para o tratamento das meningites bacterianas e fúngicas (que ocorre geralmente em pacientes imunossuprimidos) são administrados medicamentos antibióticos e antifúngicos respectivamente, já para as meningites virais é raro o tratamento com antivirais, sendo geralmente sintomático e de estabilização do paciente. Sem tratamento, até 50% dos casos podem resultar em morte.
A forma mais eficaz para a prevenção das meningites é através da vacinação, que é disponibilizada através do SUS – Sistema Único de Saúde. A BCG (Meningite Tuberculosa), a Tríplice Viral (Meningite por sarampo e caxumba), a Pentavalente (meningite por Haemofilos influenzae b em crianças abaixo de 5 anos), meningocócica C conjugada e vacinas pneumocócicas conjugadas 10 valente (meningite pneumocócica – 10 tipos), abaixo segue o calendário vacinal contra as formas infecciosas das meningites:
O dia 24 de abril é comemorado o Dia Mundial de Combate à Meningite, onde através dessa data devemos reforçar a importância da vacinação como a principal forma de prevenir a doença e as ações a serem realizadas caso ocorra algum sintoma ou se tenha contato com algum paciente infectado ou suspeito da doença, principalmente em ambientes de aglomeração como nas escolas devido a maior susceptibilidade das crianças.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3177-24-4-dia-mundial-da-meningite-derrotar-a-meningite#:~:text=A%20data%20destaca%20a%20import%C3%A2ncia,potencialmente%20devastadores%20dessa%20doen%C3%A7a%20mortal. Acesso 20/04/2021.
MOTTA, F. Doença Menigocócica Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria. Doença Meningocócica Fascículo 3. Disponível em https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/publicacoes/Folheto_Meningite_Fasciculo3_111115.pdf. Acesso 20/04/2021.
SES – Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Disponível em: https://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/story/11073-dia-mundial-de-enfrentamento-a-meningite-e-marcado-pela-importancia-da-vacinacao-contra-a-doenca Acesso 20/04/2021.